Direitos humanos
4.1. Violência, não-violência e
agressividade
Uma área da psicologia diz que a
agressividade faz parte da energia humana e que, dependendo da circunstância,
pode se transformar em violência. A agressividade é como água, pode irrigar ou inundar,
depende de como focamos essa energia; podemos usá-la para coisas boas, colhendo
bons frutos, ou para coisas ruins, gerando a violência. A energia que faz um
militante ir à rua para uma passeata é, muitas vezes, a mesma que faz outra
pessoa quebrar um ônibus numa greve ou queimar pneus na rua, para impedir a
passagem de carros. Como dissemos, os conflitos fazem parte do ser humano, mas
podem ser violentos ou não-violentos, dependendo da atitude das pessoas.
Para resolver problemas, devemos
ser agressivos, mas sem usar da agressão. Ser agressivo significa apresentar
nosso ponto de vista, nossas opiniões e lutar pelo que acreditamos e pelo que
defendemos, respeitando os princípios dos direitos humanos.
“A violência não é uma fatalidade
inexorável, mas colocada pelos humanos, [portanto] pode ser retirada e
trabalhada pelos mesmos humanos que a constituíram.” (Se queres a paz,
prepara-te para a paz, Marcelo Guimarães)
Nós somos muitas vezes educados
para a violência, e precisamos reconhecer
isso se queremos mudar nossa realidade. Não basta reagir à violência ou
à cultura de violência, mas é preciso pensar como construir uma sociedade
verdadeiramente pacifista e uma cultura de paz. A pró-atividade – uma atividade
que se projeta para frente – incluiria, é claro, uma dimensão sanativa, de
cuidar e atender às vítimas da violência, como também uma dimensão preventiva,
privilegiando, especialmente, o caminho educativo.
Para Gandhi, “A humanidade
somente acabará com a violência através da não-violência”.
Uma das propostas quase sempre
apontada como solução da violência nas cidades é o aumento das polícias. Essa é
uma compreensão que a Roma Antiga tinha da paz – isto é, “Se queres a paz,
prepara-te para a guerra” (Si vis pacem, para
bellum). Entretanto, sabemos que a humanidade não avançará na prática
dos direitos humanos apenas por decreto, ou por lei, muito menos apenas
fortalecendo a polícia. O fim da impunidade, por exemplo, é um passo mais
importante para diminuir a violência do que colocar mais polícia na rua. A
não-violência não é passividade
A cultura da paz tem sido uma
cultura escondida, guardada viva nas rachaduras de uma sociedade violenta.
(BOULDING, 2000, p. 28)
Ser não-violento não é sinônimo
do ser passivo, mas sim pacífico. Ser passivo é fechar os olhos diante de uma
situação de injustiça, é aceitar a injustiça ao invés de assumir a
responsabilidade de lutar contra ela. A passividade é causada, em geral, por
medo das conseqüências do enfrentamento, ou por fraqueza de lutar pelas
mudanças.
A não-violência nos direitos
humanos é feita a partir da participação em um movimento organizado, articulado
e estruturado. Isso leva as pessoas a se incluírem em uma luta mais ampla, da
humanidade que busca a paz. A não-violência também se opõe à contra-violência,
que é uma forma de reagir à violência com outros meios violentos.
Para usar a não-violência como
estratégia de enfretamento dos conflitos, podemos usar três recursos:
não-cooperação com as injustiças; intervenção não violenta e divulgação dos
direitos humanos.
No entanto, é preciso cuidados,
pois uma determinada concepção da paz pode esconder o que justifica a violação
dos direitos humanos, da pobreza, da miséria.
A violência não se exerce apenas
por meio da agressão física ou armamentos, mas também através de outras formas
simbólicas, mas não menos perversas.
DIREITOS HUMANOS.
DIREITOS HUMANOS DUBLADO.
https://www.youtube.com/watch?v=mG2-ophIJ7I&feature=emb_title
EEEM MATILDE DE MELO BURITI
PROF: VITORIA REGIA OLIVEIRA
ALUNO:_______________________________________
Atividade de artes/sociologia / filosofia
Sobre a situação da professora em “Numa festa junina – Laila, uma criança negra”.
Numa festa junina – Laíla, uma criança negra, que sempre teve liderança na escola, foi escolhida pelos colegas para ser a “rainha do milho” da festa. A professora elogia Laíla, mas carinhosamente diz para a turma: “Minhas crianças, vocês já viram algum milho pretinho?” As crianças responderam em coro: “Nããããoooooo!”. Daí a professora diz “Pois é, eles são todos clarinhos. Por isso, precisamos escolher uma criança bem bonitinha, loirinha, assim como um milho”. As crianças ficam confusas, e Laíla sugere: “Se é assim, não deveria ter rainha do milho, mas sim do amendoim! O amendoim é tão bonitinho como nós; e a sua casca é da nossa cor. Assim pró, o amendoim também seguiria a cultura, pois é uma colheita de São João”. A professora ouviu e respondeu: “Certo, mas nós seguimos a tradição de que, durante o São João, a escola sempre tem uma rainha do milho. Vou ver se acho alguma criança branquinha…”.
Escolher uma resposta. ( FAÇA O SEU COMENTÁRIO OPINANDO SOBRE A SITUAÇÃO)
a. AÇÃO VIOLENTA, pois a professora, numa atitude de preconceito, se nega a atender um pedido da criança, violando o direito humano da diversidade racial e esta ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados ao tratamento igual na diversidade racial, portanto viola um direito de base.
b. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois a professora seguia uma cultura junina, na qual a rainha do milho é branca e a ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
c. AÇÃO VIOLENTA, pois a professora, numa atitude de preconceito, se nega a atender um pedido da criança, violando o direito humano da diversidade racial e a ação PODE SER MEDIADA, pois não viola os direitos humanos.
d. AÇÃO NÃO VIOLENTA, pois a professora seguia uma cultura junina, na qual a rainha do milho é branca e a ação NÃO PODE SER MEDIADA, pois viola os direitos humanos relacionados ao tratamento igual na diversidade racial, portanto viola um direito de base.
Atividade de artes:
DIREITOS HUMANOS LEITURA DA PINTURA" CRIANÇA MORTA"(1944) DE CÂNDIDO PORTINARI.
1 DESCREVA AS SENSAÇÕES QUE LHE CAUSAM.
2 DESCREVA A CENA RETRATADA NA OBRA( O QUE ESTÁ SENDO MOSTRADO)
3- DESCREVA OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A OBRA( PESSOAS, OBJETOS, CENÁRIO, ETC...)
4- A PARTIR DA DESCRIÇÃO, FAZER UMA POSSÍVEL INTERPRETAÇÃO DA OBRA: PORQUE AS PESSOAS ESTÃO CHORANDO? O QUE ACONTECEU? QUEM SÃO ELES?
A ação da professora foi violenta e não mediável. A professora, além do desconhecimento da existência da diversidade de espécies de milho (vide milho roxo) discrimina a criança, violando um direito de base – o respeito à diversidade de raça da Laíla.
ResponderExcluirA denuncia e repreensão da professora são fundamentais para combater a discriminação racial.
A imagem da tela expressionista de Cândido Portinari, Menino Morto, que faz parte da série Retirantes e mostra o sofrimento do sertanejo diante de uma realidade muito triste: a mortalidade infantil por falta de condições mínimas de sobrevivência.
ResponderExcluirA criança morta, com seu corpo despido e esquelético, o que intui que tenha morrido de fome, tem a cabeça caída para frente, enquanto o braço direito despenca-lhe do corpo em direção ao chão, como o de Jesus na Pietá e em outras composições da Renascença.
Todas as figuras ao redor da mãe e de seu filho são cadavéricas. À esquerda, o homem segura a esposa pelo ombro, também com o corpo curvado e com os cabelos a lhe tocar as costas, como se lhe quisesse repassar consolo. Uma mulher segura, com as duas mãos, a cabeça do menino morto. À direita, outra mulher segura a mão de uma criança, cujo rosto envelhecido parece o de um adulto.
Excetuando a mãe, de quem não é possível ver o rosto, e a criança segura pela mão, tanto o homem quanto as duas mulheres vertem lágrimas de pedras, simbolizando a crueza da seca e a dureza do sofrimento.
A paisagem é seca e cheia de pedregulhos. Não se vê uma única plantação. No chão, descansa uma cabaça, cujo objetivo era carregar água. O azul do céu é carregado, reforçando o amargura da cena. Haja sofrimento nesse grupo que nos parece tão palpável.