terça-feira, 25 de agosto de 2020


Sócrates




Sócrates é um dos principais filósofos gregos. Nasceu na cidade de Atenas, no ano de 470 a.C. no chamado período clássico, no auge da democracia ateniense.
Filho do escultor Sofronisco, especialista em entalhar colunas nos templos, e de Fainarete, uma parteira, foi soldado, escultor, senador e na maturidade, filósofo. Alegava que, desde criança, ouvia vozes divinas instigando-o ao ofício da filosofia. Por conta disso, passou a perambular pelas ruas da cidade de Atenas fazendo de uma maneira bem característica a sua filosofia: fazendo perguntas a qualquer um que aceitasse conversar com o objetivo de ajudá-las a descobrir, nelas mesmas, o conhecimento que as conduziria a virtude. Sócrates não se importava com a classe, posição ou condição do seu interlocutor. Conversava com os mais distintos e até mesmo com os escravos. Aliás, as convenções sociais eram por ele muito questionadas.
A pergunta essencial da filosofia socrática era "o que é a essência do homem?". Segundo o filósofo, a essência do ser humano era a sua própria alma - entendida aqui como razão, consciência intelectual e moral, aquilo que distingue o ser humano dos outros seres presentes na natureza.
Sócrates e os filósofos sofistas inauguram uma nova etapa na história da filosofia: eles abandonaram a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se debruçaram sobre a problemática humana. No entanto, contrário aos sofistas, Sócrates se opunha ao relativismo dos seus valores éticos e morais.

E os seus escritos?
Sócrates não deixou nenhum escrito. O que se sabe dele e de sua maneira de fazer filosofia estão nos textos militares de Xenofonte, nos textos cômicos de Aristófanes e, principalmente, nos textos filosóficos de Platão, o seu melhor discípulo! Platão o transformou em protagonista em diversos de seus textos, como O Banquete, Apologia de Sócrates, Alcebíades I, Teeteto, Fédon e A República.

Para Sócrates, todos já nascem com o conhecimento e que cabia ao mestre realizar o parto desse conhecimento. Ele entendia que, só o conhecimento que vem da alma é capaz de revelar o verdadeiro discernimento do que é justo, bom e certo. Para ajudar nesse"nascimento", Sócrates se valia de um método dialógico que ele chamou de maiêutica - em grego, μαιευτικη — maieutike — significa “arte de partejar", dar à luz - uma clara referência à atividade de parteira de sua mãe.
Ele dizia que, assim como a sua mãe ajudava a trazer à luz a vida, o filósofo ajuda a trazer à luz a verdade, bastando utilizar a razão. No começo dos diálogos com os seus interlocutores, Sócrates se posicionava como alguém que não soubesse nada sobre o assunto e dava início a conversa com uma pergunta que o respondiam com o seu próprio jeito de pensar. No início, se colocava em uma posição de quem aceitava o ponto de vista do interlocutor, porém, com um senso de humor que desorientava (ironia socrática), ele contra-argumentava e busca convencer o ouvinte das contradições e inconsistências de suas reflexões, levando a admitir o seu equívoco e seu desconhecimento.

E as perguntas que Sócrates sempre fazia?
As perguntas feitas pelo filósofo são próprias da dialética socrática, isto é, o exercício de contrapor argumentos contrários que, basicamente, possui três elementos: a tese, a antítese e a síntese. A tese é compreendida como uma afirmação, a antítese, uma oposição a essa afirmação e, no confronte entre tese e antítese surge o terceiro elemento, que é a síntese - compreendida como o resultado do raciocínio, a prevalência do intelecto sobre a opinião.
O propósito do método socrático, vinha da crença que o filósofo tinha de que há apenas uma maneira de se conhecer a verdade: conhecendo-se a si mesmo. É famosa a sua frase "conhece-te a ti mesmo", inspirada na inscrição no Oráculo de Delfos, templo sagrado de consulta aos deuses gregos.
Para Sócrates, só quem conhece a si mesmo sabe que não sabe. A grande virtude, segundo ele, é saber que não sabe. Em outras palavras, quanto mais tem a consciência de sua ignorância, mais sábio é o homem. E aqueles que pensam saber e não sabem que não sabem, seriam na sua concepção, os mais tolos dos homens!

Porque mataram o filósofo?
As críticas feitas por Sócrates às categorias de cidadãos que se julgavam sábios resultou em ódio e vingança de seus desafetos, que acabou em sua condenação à morte por envenenamento por cicuta. Seus acusadores foram Meleto, representando os poetas, Anitto, pelos artífices e Licon, representando os políticos. Eles acusaram Sócrates de dois crimes: corromper os jovens de suas ideias subversivas e negar a existência dos deuses de Atenas.
Recusando-se de abrir mão de suas ideias, que poderia salvá-lo da morte, Sócrates enfrentou a morte aos 71 anos de idade com um ato de coerência e dignidade. No dia de sua execução, narrado na Apologia de Sócrates, o mestre reuniu os amigos e discípulos e, antes de beber o cálice fatal despediu-se dizendo: "Se de fato é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente, porquanto todo o tempo se resume a uma única noite. Se, ao contrário, a morte é uma passagem deste para um outro lugar, e que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, oh juízes, maior do que este? Mas já é hora de irmos. Eu, para a morte, e vós para viverdes. Quem vai para a melhor sorte, isso é segredo. Exceto para Deus."

QUESTIONÁRIO SOBRE SÓCRATES

1.      Em 399 a.C., o filósofo Sócrates é acusado de graves crimes por alguns cidadãos atenienses. (...) Em seu julgamento, segundo as práticas da época, diante de um júri de 501 cidadãos, o filósofo apresenta um longo discurso, sua apologia ou defesa, em que, no entanto, longe de se defender objetivamente das acusações, ironiza seus acusadores, assume as acusações, dizendo-se coerente com o que ensinava, e recusa a declarar-se inocente ou pedir uma pena. Com isso, ao júri, tendo que optar pela acusação ou pela defesa, só restou como alternativa a condenação do filósofo à morte. Danilo Marcondes. Com base no texto apresentado, explique quais foram os motivos da condenação de Sócrates à morte.

   2- Que críticas faziam Sócrates e Platão aos sofistas?
  3- Sócrates foi considerado um divisor de águas na filosofia grega. Tanto é que, a  história da filosofia grega é dividida em pré-socráticos e socráticos. O que pensou e fez Sócrates de tão diferente para obter tamanha importância.

4-Grupo de filósofos que se dedicavam a ensinar técnicas de persuasão para os jovens de modo que, numa assembleia eles tivessem preparados para vencer os debates com argumentos fortes e imbatíveis. Esta afirmação caracteriza os filósofos que são historicamente conhecidos como:
(  ) sofistas
(  )  socráticos
(  ) Pré socráticos
(  )Platônicos


5-Quais foram as acusações que levaram Sócrates a ser condenado pela assembleia ateniense?
(    ) De disseminar o diálogo filosófico e de corromper a juventude.
(    )De criticar o governo dos tiranos e ensinar os jovens a pensar por si mesmo
(    )De cobrar por seus ensinamentos e criticar o trabalho feito pelos sofistas
(    )De não acreditar nos deuses da cidade de Atenas e de corromper a juventude

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